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'Pegar cabeça de morto para fazer feitiço', diz vereador do RS ao relacionar vandalismo com prática umbandista; polícia investiga

Vereador do RS relaciona vandalismo em cemitério com prática umbandista A Polícia Civil abriu inquérito para investigar o vereador Paulo Vanderlei Faguaga S...

'Pegar cabeça de morto para fazer feitiço', diz vereador do RS ao relacionar vandalismo com prática umbandista; polícia investiga
'Pegar cabeça de morto para fazer feitiço', diz vereador do RS ao relacionar vandalismo com prática umbandista; polícia investiga (Foto: Reprodução)

Vereador do RS relaciona vandalismo em cemitério com prática umbandista A Polícia Civil abriu inquérito para investigar o vereador Paulo Vanderlei Faguaga Siqueira, conhecido como Paulo Orelha (PT), por suspeita de discriminação religiosa em São Borja, na Fronteira Oeste. O parlamentar teria sugerido que o vandalismo no cemitério municipal poderia estar relacionado a prática de uma religião. A fala aconteceu durante a sessão ordinária da Câmara de Vereadores, realizada na segunda-feira (6). Ao utilizar o tempo do pequeno expediente, espaço de até cinco minutos destinado a falas livres dos parlamentares, o vereador questionou sobre os episódios de depredação: "Será que não é essas pessoas que fazem ziriguidum? Que vão pegar a cabeça de morto para fazer feitiço?", perguntou em sessão. 📲 Acesse o canal do g1 RS no WhatsApp Em seguida, disse: “Nada contra os umbandistas, os trabalhos, porque eu limpo sempre lá as oferendas e tudo”. Após a repercussão, o vereador Paulo Orelha divulgou uma nota pedindo desculpas pela declaração. “Jamais foi minha intenção ofender, desrespeitar ou diminuir qualquer crença, religião ou manifestação de fé”, escreveu. Ele destacou que seu objetivo era tratar sobre os casos de vandalismo e não fazer julgamentos religiosos (leia, abaixo, na íntegra). A fala gerou reação imediata do presidente da Câmara, João Carlos Reolon (Progressistas), que pediu ao vereador que retirasse a palavra “umbandistas”. Orelha acatou o pedido e questionou: “Então, o que é? Ziriguidunzeiro?”. Depois, o vereador pediu desculpas a todas as religiões e reconheceu que se equivocou. Ele sugeriu a instalação de câmeras no cemitério e cobrou providências da Câmara ou da Prefeitura para conter os atos de vandalismo. Após a repercussão, o vereador Paulo Orelha divulgou uma nota pedindo desculpas pela declaração. No texto, ele reconhece que se expressou de forma inadequada e que suas palavras foram mal interpretadas, gerando desconforto. Paulo Orelha (PT) em sessão ordinária da Câmara de Vereadores de São Borja Reprodução/ Câmara de Vereadores de São Borja Câmara vai avaliar medidas A Câmara Municipal de Vereadores de São Borja informou que a mesa diretora irá se reunir para tratar do episódio de forma institucional. O objetivo é avaliar medidas conforme o regimento interno, reforçando o compromisso do Legislativo com a ética, a transparência e o respeito no exercício do mandato parlamentar. A Câmara também reiterou seu compromisso com o bom andamento dos trabalhos legislativos e com o respeito à comunidade são-borjense. O que diz o vereador "NOTA DE ESCLARECIMENTO E PEDIDO DE DESCULPAS Eu, Vereador Paulo Orelha, venho, por meio desta nota, esclarecer e pedir sinceras desculpas a todas as religiões, em especial à religião Umbanda, por uma colocação infeliz feita durante minha fala na Tribuna Livre. Reconheço que me expressei de forma inadequada e que minhas palavras foram mal interpretadas, gerando desconforto e indignação em muitas pessoas. Jamais foi minha intenção ofender, desrespeitar ou diminuir qualquer crença, religião ou manifestação de fé. Meu objetivo, durante o pronunciamento, foi tratar sobre os casos de vandalismo e depredação que vêm ocorrendo no cemitério — e não fazer qualquer julgamento religioso. A Umbanda, surgida no Brasil a partir do encontro de diferentes culturas e crenças, é uma religião com forte identidade nacional, que valoriza a caridade, o amor ao próximo e o respeito à diversidade espiritual — princípios que merecem todo o reconhecimento e consideração. Reitero aqui o meu profundo respeito por todas as religiões e tradições espirituais, reconhecendo sua importância na construção de uma sociedade plural, justa e solidária. Deixo claro que estou à disposição, tanto em meu gabinete quanto em qualquer outro espaço de diálogo, para ouvir, aprender e esclarecer qualquer dúvida ou mal-entendido decorrente do episódio. Mais uma vez, peço desculpas a todos que se sentiram ofendidos. O respeito, a empatia e a união sempre serão os princípios que norteiam minha vida pública e pessoal. Atenciosamente, Vereador Paulo Orelha São Borja – RS" O que diz a Câmara Municipal de Vereadores de São Borja "Nota de Imprensa A Câmara Municipal de Vereadores de São Borja informa que, durante a 34ª Sessão Ordinária, realizada na tarde desta segunda-feira, dia 6 de outubro, o vereador Paulo “Orelha” (PT) realizou manifestação considerada inadequada no âmbito das atividades legislativas. Diante do ocorrido, a Mesa Diretora irá se reunir para tratar do assunto de forma institucional, adotando as medidas que se fizerem necessárias em conformidade com o Regimento Interno e o compromisso da Casa com a ética, a transparência e o respeito no exercício do mandato parlamentar. A Câmara reafirma seu compromisso de zelar pelo bom andamento dos trabalhos legislativos e pelo respeito entre parlamentares e à comunidade são-borjense, assegurando que todos os fatos sejam tratados com a seriedade que o Poder Legislativo requer. São Borja, 6 de outubro de 2025. Câmara Municipal de Vereadores de São Borja" A força das religiões de matriz africana e o aumento de casos de intolerância no RS VÍDEO: Tudo sobre o RS

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